Quem trabalha com gestão de mídias sociais se depara sempre com o desafio de produzir conteúdos atrativos para o público que se deseja atingir. Porém, sabemos que essa não é uma tarefa fácil. Para driblar as dificuldades de encontrar as melhores estratégias de geração de conteúdos, muitos profissionais recorrem ao design thinking para mídias sociais afim de encontrar soluções.
Mas, afinal, o que é design thinking para mídias sociais?
Para responder essa questão, é preciso entender primeiro o que é design thinking ou, traduzido, “pensar como um designer”. Quando nos deparamos com “design”, nossa memória logo associa à criação, ilustração ou ornamentação, e isso não é errado, mas não contempla por completo o significado da palavra. A função primordial do design é encontrar soluções para problemas que afetam as pessoas enquanto consumidores/usuários de algum tipo de produto ou serviço.
Tanto que no livro “Design Thinking – Inovação em negócios“, escrito pelos sócios-fundadores da MJV, empresa referência em design thinking no Brasil, essa “mentalidade do designer” é definida como “uma abordagem focada no ser humano que vê na multidisciplinaridade, colaboração e tangibilização de pensamentos e processos, caminhos que levam a soluções inovadoras para negócios.”
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Design thinking e inovação
Para conseguir “pensar como um designer” é necessário ter um processo disruptivo, que tente fugir do senso comum, que analise diferentes ângulos de uma situação, para conseguir vislumbrar diferentes soluções para um mesmo problema e assim encontrar uma resposta inovadora.
Por isso, no design thinking é trabalhado valores como empatia, multidisciplinaridade, pensamento integrativo e experimentalismo. Estes conceitos possibilitam tentar enxergar a partir do ponto de vista do outro, buscam integrar dados qualitativos e quantitativos em prol de determinado objetivo (o famoso pensamento abdutivo), além de incentivar a iteração (repetição) para conseguir “errar mais rápido” e, assim, conseguir acertar mais rapidamente também.
Etapas do design thinking
O processo de design thinking pode ser divido em quatro etapas: imersão, análise e síntese, ideação e prototipação. Essas etapas condensam métodos de diferentes conceitos de design (como o participativo, o centrado no usuário ou de serviços) e ocorre num processo chamado “fuzzy front end“, ou seja, de forma multifásica e não linear. Isso permite voltar a uma etapa do processo sempre que for necessário extrair uma nova informação ou ponto de vista. Assim, se torna mais fácil identificar oportunidades de inovação.
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Imersão
Primeiramente, é necessário tentar compreender o contexto da situação em que será aplicado o design thinking. Nesta primeira etapa são colhidas informações que servirão como premissa de todas as etapas seguintes. Esta fase pode ainda ser dividida em duas partes:
- Imersão Preliminar – Onde se identifica o entendimento inicial do problema e acontece o seu reenquadramento, se necessário.
- Imersão em profundidade – Onde se identifica as necessidades e experiências das pessoas envolvidas no problema em questão.
Para conseguir levantar as informações que irão nortear toda a cadeia de ações que se sucederá, ocorrem reuniões com a equipe envolvida no projeto, além de realização de pesquisas e implementação de técnicas como entrevistas, sessões generativas, cadernos de sensibilização, etc. O objetivo é levantar o máximo possível de dados que podem contribuir para todo o processo, seja ele quantitativo, qualitativo, comportamental ou demográfico.
Análise e síntese
Como o processo de imersão produz uma grande quantidade de informação, é necessário filtrar os dados para conseguir identificar os mais pertinentes e assim obter insights sobre oportunidades. Nesta etapa, as informações são organizadas de forma que fique mais fácil e assertiva a compreensão sobre o possível problema.
Cartões de insight, mapa conceitual, critérios norteadores, personas, mapa de empatia, jornada do usuário e blueprint são técnicas que ajudam a organizar os dados obtidos na imersão e dão forma a análise realizada no projeto.
Ideação
Nesta etapa é hora de dar vazão a criatividade para conseguir gerar insights e ideias com base nas informações destacadas pela fase de análise e síntese. Para tal, são realizados brainstorms e workshops de cocriação com o objetivo de gerar possibilidades de soluções para o projeto.
É muito importante contar com perspectivas diversas dentro da equipe do projeto para assim gerar ideias mais ricas e que estejam de acordo com as necessidades do usuário, a viabilidade tecnológica e objetivos do negócio.
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Prototipação
É a fase onde ocorre a tangibilização das ideias que depois serão postas em validação. Nessa fase é muito importante se atentar ao ponto de vista da equipe, que dará forma as ideias em diferentes níveis de fidelidade, e também ao ponto de vista do usuário, que irá interagir com as ideias prototipadas e validá-las.
O desenvolvimento de protótipos ajuda a reduzir as incertezas do projeto e a eliminar as alternativas que não são bem recebidas pelo público. Esse processo auxilia a encontrar uma solução mais assertiva e pode ser melhorado constantemente.
Como o design thinking pode ajudar no planejamento de mídias sociais?
Depois de entender os conceitos do design thinking, é possível aplicá-lo para otimizar a gestão de mídias sociais e entender ao máximo o cliente, identificando suas dores (problemas) para achar soluções mais satisfatórias possíveis. Os próprios recursos disponibilizados pelas mídias sociais podem ser utilizados para realizar as etapas de design thinking.
Interatividade como fonte de informação
Promover uma interação com o seu público pode ser uma ótima forma de obter informações sobre ele e utilizar no seu planejamento e gestão de mídias sociais. O que se configuraria à etapa de imersão do processo de design thinking. Veja abaixo algumas formas de interagir e conseguir informações do público.
- Utilizar recursos de interação do story (enquetes, quizzes ou caixas de perguntas) possibilitam extrair dados importantes sobre o público;
- Propor dinâmicas como “curtir x comentar” para realizar votações, também é uma forma de pesquisa de informações interessante;
- Ter sempre atenção sobre a opinião expressada pelo público (seja por comentários ou por contato via chat) para identificar oportunidades ou problemas recorrentes.
Análise de métricas e resultados
As plataformas de mídias sociais disponibilizam dados sobre engajamento e interação do público, como o “Insights” do Instagram para perfis empresariais. Nele é possível analisar informações de visitas, cliques, atividades, alcance e impressões gerados pelo perfil, que podem contribuir para a segunda etapa do design thinking, análise e síntese, que corresponde em selecionar as informações mais pertinentes ao projeto.
Gerando ideias
Após a análise das informações, é possível gerar brainstorms de ideias e possíveis melhorias de conteúdo, o que corresponderia a terceira fase de design thinking. Lembrando que sempre é importante ter uma diversidade de perspectivas sobre a situação.
Testes e validações
Após selecionar as ideias, é necessário dar forma e pô-las em práticas e, assim, verificar quais trarão melhor resultado. É o que corresponderia a parte de prototipação das ideias no design thinking.
Como o processo de design thinking não é linear, é possível interagir com o público e colocá-lo na tomada de decisão das mudanças, como demonstrar versões de artes diferentes, ou explicar que o perfil da rede social está experimentando novas abordagens de assuntos ou formatos de conteúdos e incentivar um feedback sobre as mudanças implementadas. Essa é uma forma de validar as melhorias propostas.
Assim, fica fácil de produzir conteúdos valorosos, o que é um dos principais alicerces do marketing digital, e atrair mais clientes para o seu negócio!
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